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Heslaine Vieira, de Malhação, relembra episódio de racismo em shopping

Heslaine Vieira, a Ellen de Malhação: Viva a Diferença - Foto: TV Globo/ Ramón Vasconcelos Intérprete de Ellen em Malhação: Viva a Diferença, a atriz Heslaine

Heslaine Vieira, a Ellen de Malhação: Viva a Diferença - Foto: TV Globo/ Ramón Vasconcelos
Heslaine Vieira, a Ellen de Malhação: Viva a Diferença - Foto: TV Globo/ Ramón Vasconcelos

Redação Publicado em 09/08/2017, às 10h46 - Atualizado às 10h49

Intérprete de Ellen em Malhação: Viva a Diferença, a atriz Heslaine Vieira vem fazendo bonito na trama de Cao Hamburguer.

Aos 22 anos, a mineira de Ipatinga revelou que não sabia que seria uma das cinco protagonistas da novela, mas que se identificou com a personagem desde o início.

Em entrevista à revista Marie Claire, Heslaine contou que nunca se sentiu deslumbrada com a posição no elenco, e que “luta pelo que acha justo e correto”:

“Não sabia que era para protagonista, mas sinceramente isso nunca foi uma grande questão para mim, nunca me deslumbrou. Queria contar uma história. Me identifiquei muito com a Ellen. Luto pelo que acho justo e correto”, explicou.

Na ficção, Ellen é uma garota que contraria as estatísticas e não tem facilidades na vida. Vive desde que nasceu na Cidade Tiradentes, bairro pobre da zona leste de São Paulo. Ao invés de ser vítima do ambiente que a cerca, usa toda sua inteligência para correr atrás dos seus sonhos. Teve pouco acesso à educação formal de qualidade, mas é um gênio no que se refere à tecnologia.

Fora da telinha, Heslaine conta que adota uma postura parecida a da personagem. Aos 20 anos, ela foi vítima de racismo enquanto trabalhava em uma loja de shopping no Rio de Janeiro.

À publicação, a atriz contou que a “forma de se posicionar diante de certas situações tem dado resultado”:

Heslaine Vieira como Ellen, sua personagem em Malhação: Viva a Diferença – Foto: TV Globo/ Raquel Cunha

“Há 2 anos fui trabalhar em uma loja de pijamas em um shopping do Rio e sofri uma grande discriminação de uma cliente. Ganhava e vendia muito bem. Uma senhora me adorou, desde que eu não fosse negra. Disse que eu tinha um rosto muito bonito, voz muito boa e que meu cabelo era horroroso”, relembrou.

“Sei lidar muito bem com isso. Disse que gostava tanto do meu black, cuidava tanto dele. E ela continuou: ‘Na época do meu pai você teria que atravessar a rua para ele passar’. As pessoas viram, foi constrangedor”, continuou.

Ao comentar o comportamento da cliente, Heslaine contou que acredita que o ataque tenha sido fruto de uma educação típica de uma cultura racista:

“Opto por lidar com maior afeto que eu posso. Talvez ela tenha sido educada dessa forma e esteja tão impregnada desse privilégio branco, dessa cultura racista, que ela não tinha noção da gravidade do que ela estava dizendo. A forma de me posicionar tem surtido resultados”, disse.

“Estudei em escola de classe média, maioria branca e tenho amigas que se abriram para o discurso. É fato que às vezes é necessária uma posição mais forte, mas eu opto por não utilizar. Nunca alterei a voz e nunca fui grossa. Essa segurança veio de casa, dos meus pais e avó que sempre foram maravilhosos”, completou.

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